Os nossos piratas
navegavam há vários dias, com o mar bastante calmo, quando no horizonte
avistaram algumas embarcações.
Eram barcos que eles
nunca tinham visto antes. Tinham formato de utensílios de cozinha. Havia em
forma de panela, de frigideira até de tabuleiro e os remos eram gigantes
colheres de pau .Estupefactos perante tal
frota, nem se deram conta que tinham sido rodeados.
Os estranhos barcos
obrigavam-nos agora a navegar em direção a uma ilha desconhecida.
Quando desembarcaram
descobriram que estavam na Ilha Gourmet, uma ilha onde tudo girava em torno da
cozinha e da comida.
Todos usavam aventais
e chapéus de chef e pareciam muito
atarefados, a verificar temperaturas de fornos ou pontos de açúcar.
Foi ainda no cais que
veio ao encontro do Capitão Pirata, aquele que se apresentou como o governador
da ilha, o Master Chef.
Foi com voz muito
autoritária que lhes disse que para sairem daquela ilha teriam que inventar e cozinhar o mais
suculento dos pratos e a mais deliciosa sobremesa.
-Mas nós somos Piratas! –
disse o Capitão - Não somos cozinheiros.
O Master Chef nem quis saber dos
protestos. Explicou-lhes que esta
era a forma de conseguirem novas receitas, uma vez que a sua subsistência
dependia delas.
-Nós os Gourmetianos – disse ele - sempre
fomos cozinheiros e exportávamos para as ilhas vizinhas, pratos deliciosos. Acontece que, com o
passar do tempo, os nossos vizinhos foram deixando de nos comprar os nossos
produtos, pois queixam-se que não inovamos. Como vêm, somos uma ilha e a
comunicação com outros povos não é fácil. Além disso, passamos todo o tempo a
cozinhar. Não temos tempo para inventar novos pratos, não temos quem nos ensine
novos e não podemos sair daqui para ir aprender. Decidimos então fazer
isto. Raptamos barcos no mar, fazemos os marinheiros prisioneiros e só os
libertamos quando nos ensinam novas receitas.
Sem armas nem
alternativas, os Piratas reuniram-se e decidiram cooperar com os Gourmetianos. Quanto mais depressa
conseguissem sair dali, mais depressa encontrariam o tesouro do Bisavô Zarolho.